Marques Mendes apela a mudança na lei para que todas as pensões sejam atualizadas

Marques Mendes apela a mudança na lei para que todas as pensões sejam atualizadas

  12 Feb 2023

Mudança na lei para permitir que todos os pensionistas tenham atualizações salariais em 2023, o atraso na execução do PRR e a mudança de estratégia do Governo: os temas nacionais que marcaram o comentário de Marques Mendes

A perda de poder de compra afetou todos os portugueses, mas há um grupo específico mais vulnerável, os pensionistas recentes, que, pela lei, não podem ver a sua reforma atualizada. Por esse motivo, Luís Marques Mendes apelou, este domingo ao Governo, no comentário no Jornal da Noite da SIC, que mude a lei para que todos os pensionistas possam ver as suas pensões atualizadas.

“Fiquei surpreendido com a dimensão [da queda real dos salários]”, começou por referir o comentador. “Os dados oficiais do INE [Instituto Nacional de Estatística] mostram que a inflação teve um efeito brutal na queda dos salários e na perda de poder de compra”, acrescentou. É uma quebra que só teve comparação nos anos da Troika e o poder de compra voltou aos anos de 2018 – “na prática são quatro anos perdidos”, afirmou.

Apesar de todas as pessoas, em todos os setores económicos, terem sido afetadas, Marques Mendes destacou um grupo de pessoas que têm um maior problema: os pensionistas recentes. “Uma pessoa que se reformou em 2022 não tem direito, por lei, a uma atualização [da pensão] em 2023, só em 2024. É uma lei muito antiga, mas é injusto porque os pressupostos mudaram. Quando a inflação era de 0% ou 2% não era tão flagrante e passava, mas agora [não]. Acho que era da mais elementar justiça mudar a lei e fazer com que todas as pensões fossem atualizadas em 2023”, afirmou.

O atraso no PRR

Um dos temas que foram trazidos ao espaço de comentário de Marques Mendes foi o atraso na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Eu acho que Portugal vai cumprir o plano euro a euro, cêntimo a cêntimo, mas primeiro é preciso cumprir bem e dentro dos prazos”, disse.

De todas as áreas, há duas que o comentador destacou: a habitação, devido a todos os problemas que estão associados e que serão discutidos na próxima semana em Conselho de Ministros extraordinário – por ter uma execução que ronda os 3%; e a descarbonização da indústria, que se encontra com uma execução de 0%. Para este último, Marques Mendes disse que os ministros da Economia e do Ambiente têm de se juntar, pois “não faz sentido” nos tempos que correm esta ser a pior área de execução.

Nova estratégia do Governo?

As polémicas têm seguido este Governo desde que ele se instalou, no ano passado, afirma Marques Mendes. Demissões, TAP, assessores, saúde. São muitos os temas, mas o comentador político considera que houve agora uma “mudança de estratégia no Governo”, em três áreas: iniciativa, comunicação e combate político.

Na primeira, Marques Mendes explica que há maior iniciativa, no sentido em que o primeiro-ministro pretende “marcar a agenda” com as suas visitas quase diárias e, até, com o Conselho de Ministros extraordinário sobre a habitação. Na segunda, houve uma “mudança no discurso”, referiu, dando como exemplo o pedido de desculpa de Gomes Cravinho no Parlamento, em relação ao hospital militar.

Por último, o combate político, não do Governo, mas do Partido Socialista. “A partir do momento em que as sondagens começam a dar o PS em queda, o PS começa a ser mais violento no combate ao PSD”, notou.

Mas terá a mudança sucesso? Marques Mendes não sabe, pois “a crise económica é muito forte”, “voltaram os protestos de rua” com o fim da geringonça e, “sobretudo, são sete anos de poder e as pessoas estão cansadas do Governo, das mesmas caras, do mesmo discurso”.

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